O Altas Horas deste sábado (23) trouxe uma homenagem a banda Titãs, uma das mais importantes da música brasileira, e a rouquidão na voz de Branco Mello chamou a atenção dos telespectadores.
O que aconteceu com a voz do vocalista?
Branco Mello enfrentou uma cirurgia contra um tumor agressivo na hipofaringe em 2021, que lhe custou metade da laringe e, desde então, sua voz ficou afetada.
O tratamento dele contra o câncer começou em 2018, mas três anos depois o tumor voltou e o obrigou a fazer a cirurgia. Ele ficou internado por 32 dias para a recuperação após o procedimento cirúrgico.
Recentemente, o artista voltou aos palcos em turnê de reencontro dos Titãs e emocionou o público. Em entrevista ao O Globo, o vocalista e baixista do grupo admitiu que teve medo de não poder voltar a cantar.
"Teve uma hora em que eu, realmente, achei que não voltaria a cantar. Tirei metade da laringe. Muita gente não consegue voltar a falar, comer. Fiz um trabalho grande de fono que me devolveu a voz. Quando estava com traqueostomia, falava por WhatsApp com a Ângela. Achava mais ágil que escrever em caderno. Era estranho. Coisas que você tem que falar com naturalidade… Ao usar frases curtas, não dá para aprofundar a conversa. Foi um alívio voltar a falar", declarou.
Os integrantes dos Titãs reencontraram professores do Colégio Equipe no Altas Horas (Globo), o que rendeu lembranças como a música que Arnaldo Antunes fez, com Marcelo Fromer, do Tony Bellotto e Nando Reis, na época com críticas a Erasmo Dias (1924-2010), expoente da ditadura militar.
"Já era uma prévia de Nome aos Bois", disse o compositor, lembrando a canção em que a banda cita diversos personagens históricos considerados abomináveis. Os Titãs incluíram o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na lista durante a turnê "Encontro".
A banda foi formada no Equipe, escola de São Paulo onde o apresentador Serginho Groisman liderava um centro cultural. Os músicos Arnaldo Antunes, Nando Reis, Paulo Miklos, Branco Mello e Marcelo Fromer estudaram no colégio. Tony Bellotto e Charles Gavin não eram alunos, mas frequentavam a escola.
Outra história lembrada foi a das filmagens que eles faziam, já pensando no registro histórico de um grupo que estava apenas no começo
"A gente sempre teve um desejo de ir à televisão, lidar com essa linguagem", disse Nando, recordando as coreografias que os Titãs criavam para as apresentações.
O programa teve convidados como o cantor Supla, que contou ter sido inspirado pelos músicos. "É tanto talento junto que dá até raiva", brincou. "Eu via vocês e falava: vou chegar lá". Também estava na plateia o compositor e roteirista Fernando Salem, que emprestou a sala de casa para a estreia do grupo.
Os Titãs contaram que no começo da carreira chegaram a tocar para plateias minúsculas, com mais gente no palco do que no público.
Outro convidado especial, Denis, é um fã que já assistiu mais de 100 shows dos Titãs –dez da atual turnê de reencontro da banda.
Como tem ocorrido em todas as apresentações e entrevistas, os Titãs fizeram uma homenagem a Marcelo Fromer, morto em 2001, vítima de atropelamento. Alice, filha do músico, cantou e ouviu histórias sobre o pai, entre elas a de que ele foi um grande amigo de Serginho. Max, o outro filho, estava na plateia.
"Eu tinha um grande afeto por ele. A gente saia muito, conversava sobre futebol, música", contou o apresentador.
A banda terminou o Altas Horas tocando "AA UU", um de seus clássicos roqueiros.
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