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Terça-feira, 18 de Fevereiro de 2025
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Estudante de administração reporta casos de racismo em importante instituição de ensino em Campo Maior

No relato, o jovem revela que tudo começou recentemente, no último mês de setembro, com o professor fazendo comentários sobre sua aparência

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Estudante de administração reporta casos de racismo em importante instituição de ensino em Campo Maior
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Um estudante do nono período de administração reportou à redação do Diário dos Carnaubais casos recorrentes de racismo por parte um professor em uma importante instituição de ensino em Campo Maior. 

Nomes não foram revelados pelo jovem, que também prefere permanecer no anonimato, mas os relatos são contundentes e merecem ser publicados, ao menos para servir de exemplo e alerta com relação a determinados comentários e comparações em relação a aparência e tom de pele das pessoas. 

No relato, o jovem revela que tudo começou recentemente, no último mês de setembro, com o professor fazendo comentários sobre sua aparência e comparando-o com um personagem de uma conhecida série animada de TV. 

Diante da situação, e mediante as queixas do acadêmico à diretoria, um processo administrativo foi aberto pela instituição e o caso foi levado à reitoria. Segundo o aluno, até o momento nenhuma medida efetiva foi tomada. 

Segue o relato na íntegra:

"Sou estudante do nono período de Administração. Infelizmente, preciso compartilhar uma experiência dolorosa que aconteceu recentemente. Fui vítima de racismo e bullying por parte do meu professor, algo que nunca imaginei passar em tantos anos de convivência.

Tudo começou na segunda-feira, dia 9 de setembro, enquanto nos dirigíamos ao laboratório para uma aula. Durante o caminho, o professor começou a fazer comentários sobre minha aparência, comparando-me com personagens de TV. No início, achei que era só brincadeira, mas as coisas começaram a piorar. Ele disse que eu parecia muito com o psicopata da série Os Simpsons, aquele que tenta matar o Bart. Naquele momento, pedi para que ele parasse, pois já não estava me sentindo à vontade com a situação. Mas ele continuou, comentando até sobre meu penteado, dizendo que, quando estou com o cabelo preso, a semelhança era ainda maior.

Eu me senti exposto e humilhado, especialmente quando, já no laboratório, ele fez questão de procurar a imagem do personagem e a projetou para a turma, alimentando mais piadas e risadas. Senti um grande mal-estar, mas preferi me calar, tentando levar na esportiva.

Na segunda-feira seguinte, dia 16 de setembro, a situação se repetiu, mas dessa vez foi pior. Cheguei um pouco atrasado e pedi licença para entrar. O professor estava explicando sobre um site que ele usava para comprar produtos online com preços bem baratos. Quando fiz uma pergunta simples, perguntando se o site vendia plantas – algo que reflete minha paixão por plantas –, ele respondeu de maneira totalmente desrespeitosa. Com um tom grosseiro, disse que a planta que eu procurava só poderia ser encontrada na Colômbia ou Jamaica.

Na hora, eu não entendi a insinuação, então perguntei como ele sabia que eu só encontraria essas plantas nesses lugares específicos, já que eu nem tinha dito qual planta estava procurando. Ele riu de mim na frente de toda a turma e disse que eu não tinha entendido, pedindo para deixar o assunto quieto. Somente alguns segundos depois, entendi a mensagem por trás das palavras dele. Senti uma dor tão grande naquele momento, um peso na alma, como se algo dentro de mim tivesse sido ferido de forma irreparável.

Desde então, tem sido difícil para mim frequentar as aulas. Me sinto retraído, sem vontade de socializar com os colegas, e emocionalmente desgastado. Sou aluno dessa instituição há nove anos, e essa é a primeira vez que algo assim me acontece. Isso me dói profundamente, porque eu sempre vi a instituição como um espaço de aprendizado e respeito.

Eu espero que, ao compartilhar minha experiência, nenhuma outra pessoa precise passar por isso. Desejo que o ambiente acadêmico seja um local de crescimento para todos, sem espaço para qualquer tipo de preconceito ou humilhação."

Entramos em contato com a instituição de ensino onde os casos ocorreram, mas até o momento não obtivemos resposta.

 

Fonte/Créditos: Diário dos Carnaubais

Créditos (Imagem de capa): Imagem ilustrações

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