Diário dos Carnaubais

Quinta-feira, 20 de Novembro de 2025

Colunas/Campo Maior e sua gente

Campo Maior e Sua Gente - Uma homenagem a Estêvão Faustino, o cordelista

Estevão Faustino faleceu no dia 8 de outubro de 2020, deixando um verdadeiro legado em forma de poesia e muitas saudades

Campo Maior e Sua Gente - Uma homenagem a Estêvão Faustino, o cordelista
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

Hoje estamos resgatando este texto sobre o saudoso poeta Estevão Faustino, publicado originalmente em um blog pessoal e reproduzido no Portal Campo Maior em Foco em agosto de 2022 por ocasião dos 260 anos de Campo Maior. 

Nordestino raíz, seu Estevão Faustino sempre foi um amante da poesia de cordel. Deixou registrados em seus poemas, e em livro, os momentos mais marcantes de sua vida, que são na verdade a síntese da vida do sertanejo. 

Estevão Fortes de Carvalho nasceu em 1938, na comunidade Venâncio, em Nossa Senhora de Nazaré e morou também no Angelim, em Campo Maior. Foi marchante e motorista de caminhão, mas o que deixou seu Estevão Faustino conhecido foram as poesias de cordel. O jornalista Arnaldo Ribeiro sempre exaltava o talento de seu Faustino que segundo ele, era "analfabeto só de escola, nunca andou num colégio". Casou-se aos 18 anos com dona Antônia Monteiro de Carvalho com quem teve 7 filhos. O poeta conta em poesia detalhes do seu casamento e da vida a dois: 

 

"Tirei palha de carnaúba pra fazer nossa cazinha. Nós não tinha o que comer, nem um ovo de galinha. O amor servia de pão, completa a refeição com pirão d'água sem farinha." 

 

Em 2013, em entrevista a TV Antena 10 por ocasião do Festival de Gastronomia Sabor Maior, seu Estevão contou como começou a escrever suas poesias. "Eu não podia ver um repentista batendo numa viola pra cantar repente, que eu ficava todo 'arrupiado'. Aí, eles cantando aquele negócio, eu pensei: isso aí dá pra mim fazer também". 

Em 2017 Estevão Faustino reuniu o que foi possível do seu acervo de poesias e publicou um livro. Entre tantas havia uma da qual o poeta não esquecia. Se chama "Amarrei minha cabrita" e foi dedicada a dona Totonha, sua esposa. 

"Quando eu vi a princesa já fiquei enlouquecido Fui logo perguntando se queria casar comigo. Respondeu com muita fé: sou sua futura mulher e você é meu marido." 

 

No dia 4 de outubro de 2020, no auge da pandemia de coronavírus, seu Estevão foi internado do Hospital Regional de Campo Maior com dificuldades respiratórias. Foi submetido a dois testes que deram negativo para covid-19. O estado de saúde se agravou e o poeta foi transferido na madrugada do dia 5 para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT).  

Segundo os familiares os médicos chegaram a cogitar a entubação, mas seu Faustino experimentou um melhora no quadro e foi transferido da UTI para a ala de repouso. Dizem que ele saiu cantando da UTI, com a alegria que lhe era peculiar. Porém, no dia 8 de outubro de 2020, Estevão Faustino faleceu.  

Deixou o seu legado em forma de poesia e a residência onde terminou seus dias no bairro Santa Cruz tornou-se uma testemunha da história de vida desse cidadão campomaiorense.   

Walton Carvalho 

As imagens desta publicação foram colhidas em perfis do Facebook e retratam momentos da vida do poeta entre seus amigos e familiares.

Comentários:

Veja também

Crie sua conta e confira as vantagens do Portal

Você pode ler matérias exclusivas, anunciar classificados e muito mais!

Envie sua mensagem, estaremos respondendo assim que possível ; )